"A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal." ( Raul Seixas )

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Texto de esclarecimento sobre a Superbactéria

Gente! Recebi por e-mail da minha amiga Ingrid, achei interessante e resolvi postar aqui (depois de muito tempo sem post - e sem tempo)

Olá, pessoal! Tudo bem?

A diretoria do Canto Cidadão solicitou ao Dr. Luiz Carlos Barata - médico da equipe de infectologia do Hospital Santa Catarina e do pronto-socorro do Instituto de Infectologia Emílio Ribas - um texto de orientação sobre a "Superbactéria", para que pudesse enviar aos seus voluntários e amigos.

Agradecemos a gentileza do Dr. Luiz Carlos e enviamos a vocês o texto.

Beijos e sorrisos,
Canto Cidadão

“Superbactéria” é o nome que está sendo dado a uma cepa da bactéria Klebsiella pneumonie, que é capaz de resistir à maior parte dos antibióticos conhecidos na atualidade, incluindo os pertencentes à classe dos carbapenem, que hoje são utilizados para tratar infecções por bactérias resistentes a outros antibióticos. A resistência a esses antibióticos é conferida pela produção uma enzima denominada carbapenase que é capaz de inativá-los.

Essa enzima foi descoberta pela primeira vez em 1996, em cepas de Klebsiella, e por isso foi denominada KPC (da sigla em inglês Klebsiella pneumoniae carbapenase). Outras bactérias, entretanto, também são capazes de produzir KPC.

O termo “superbactéria” está sendo utilizado para se referir à cepa de Klebsiella pneumoniae produtora de KPC, que vem causando infecções em vários hospitais do Brasil e em outros países. É preciso ficar claro, entretanto, que esta não é uma bactéria nova e que existem outras bactérias resistentes aos antibióticos e que são igualmente preocupantes.

A principal causa do aparecimento dessas “superbactérias” é o uso intenso e abusivo de antibióticos que resulta na seleção de cepas resistentes que se sobrepõem às cepas comuns. A Klebsiella pneumoniae produtora de KPC, assim como as demais bactérias multi-resistentes encontradas nos hospitais, causa infecção apenas em pessoas sujeitas a tratamentos hospitalares, especialmente naquelas submetidas a procedimentos invasivos, como cirurgias, sondagens e cateteres venosos e que recebem antibióticos por tempo prolongado.

Desse modo, não há risco de infecção para os visitantes dos hospitais e, tampouco, para os profissionais de saúde, embora esses últimos possam levar a bactéria de um paciente a outro se não seguirem práticas rigorosas de higiene, dentre as quais se destaca a lavagem das mãos. Essas bactérias não causam infecções fora dos ambientes hospitalares e não há risco, portanto, de se espalharem pela comunidade causando epidemias.
As medidas preventivas recomendadas são de âmbito hospitalar e incluem o uso criterioso de antibióticos (de modo a impedir o aparecimento desta e de outras bactérias resistentes), o reforço das medidas de higiene e a adoção de precauções extras de contato ao lidar com os pacientes infectados.

(Texto gentilmente enviado pelo Dr. Luiz Carlos Barata)

Fonte da imagem: http://dudulambony.blogspot.com/

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